Acabo de chegar a casa depois de um dia que me custou muito a passar. O frio congela-me os pés e as mãos, aliás, está doendo escrever isto. Fosse só em consequência do que o frio me causa. Fosse só!
Acreditar que tudo está certo é por vezes inaceitável. Ter acreditado que tudo estava perfeito foi imprudência. Tento não me responsabilizar ou culpabilizar pelo que ouvira, mas a cada palavra parecia ainda mais difícil.
"O sonho comanda a vida" diziam eles... Por que razão foi a vida que comandou hoje o meu sonho? Como evitar sofrer? Como esconder a dor? Desconhecera eu o limite que tinha eu sobre origens de dor. Mais uma palavra, mais uma flecha, mais um alvo, mais um bocadinho fora... tremi e liquidifiquei essa dor. As lágrimas são o resultado da liquidificação de algo que não sabemos definir, aliás, dores há muitas, e muitos aqueles que as recusam assumir, exteriorizando-as.
Sempre me permiti a expulsar a dor no seu resultado líquido... hoje a dor ganhou voz! Sentir tudo o que se aprisiona lá dentro ser expulso sem impulso, naturalmente, com um grito bem forte de quem não se recusou fazê-lo foi tremendo. Nunca na minha vida conhecera tal força de uma lágrima. Tudo foi novo!
Pararei de escrever por agora... até que o que guardo de forte e tremendo decida afastar-se dentro de mim. Como vai ser difícil!
Hoje os meus olhos voaram, navegaram e acabaram por se naufragar. (Suspiro!) Quero apenas acordar!