segunda-feira, 17 de julho de 2017

DaybyDay (#12) - Vamos "reservar"?

Como bilhetes poderíamos ter o direito de nos reservar. Por, quiçá, ironia, pecamos pela falta de semelhança com os mesmos. Vejo uma única similitude. A fragilidade humana neste sentido, em comparação com a do bilhete quando é rasgado à frente dos nossos olhos, quando é picado pelo revisor, ou quando é revisto pela equipa de segurança de um qualquer evento. 




Algo me faz facilmente despedir de cargos é sentir-me mera e justamente "reservado". Em que me fazem parecer que o que faço é por um catálogo, uma etiqueta, um bilhete de ida e de volta, diário. Gosto de rotina, mas não gosto de monotonia. Faço o que quero, como quero, num propósito individual sincero, humilde e simbólico. Faço-o porque pretendo, vejo-lhe importância e porque tenho total predisposição e genuína vontade de o fazer. 

São longos anos de caminhada em que penso todos os dias sobre coisas tão básicas da vida. Tive momentos em que tive medo da solidão... aquele medo orgulhoso de que temos de ser gostados pelo mundo e que deveremos aproveitar tudo o que nos aparece à frente dos olhos... justamente e só pelo receio futuro. Eu próprio já quis fazer "reservas"... pff... vergonhoso!

Em pleno julho de 2017 orgulho-me de me entender um pouco melhor. Entendo o que me amedronta e o porquê de me intimidar. Compreendo as razões pelas quais agi de determinada forma, consciente das evidentes falhas que me atravessam. Depreendo o passado pensando ultrapassá-lo construtivamente. Escrevo, medito e falo com pensamentos gordos! 

Somos inteiramente responsáveis por aquilo que cativamos, li eu no tão bonito "O Principezinho". O que é a responsabilidade? Cuidar? Permanecer cativando, dando continuidade a algo que se haja formado? Dar uma palavra, cuidar, acarinhar... querer? Não tenho dúvidas de que passará por aqui. Mas fazemo-lo pela responsabilidade ou pela vontade?  Porque queremos cativar ou porque já o fizemos no passado?  Porque agora estamos "Reservados" e assim tem de ser?

Não me permitirei perder espontaneidade e genuinidade em troca de "reservas" e isto eu sei... que somente ocorre.... pois já me reservei a mim mesmo. 






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